No Brasil, a cirurgia está autorizada a partir dos 21 anos; o uso de hormônios aos 18, e os bloqueadores obviamente antes da puberdade
Mudanças surpreendentes têm afetado nosso comportamento e sexualidade. É o caso dos movimentos por visibilidade e despatologização das identidades de gênero. O mais conhecido, por estar recorrentemente na mídia é o de Thammy Miranda. Mas, e quando o assunto é criança? Como vem sendo abordada a transgeneridade infanto juvenil?
À medida que as terapias de reorientação sexual perderam força, a população infanto juvenil se viu desamparada e relegada ao discurso dos ideólogos de gênero, sustentado pelo suspeito meio científico atual, referente ao uso dos bloqueadores hormonais com vistas à futura cirurgia de redesignação sexual.
Nos EUA clínicas de gênero se multiplicam. Inicialmente são feitas mudanças de nome e prenome da criança ajudando-a a fazer passar-se por uma pessoa do sexo oposto. Aos 11 anos a puberdade é suprimida com substâncias chamadas agonistas. Aos 16 anos podem tomar hormônios do sexo oposto em preparo para a cirurgia de redesignação sexual. [1]
BRASIL
No Brasil, a cirurgia está autorizada a partir dos 21 anos; o uso de hormônios aos 18, e os bloqueadores obviamente antes da puberdade. Chama atenção, contudo o PL 5002/2013 de autoria dos Deps. Jean Wyllys e Erika Kokay que prevê aos menores de 18 anos acesso à Justiça quando um dos pais se opuser ao desejo de iniciar o processo de transexualização.
O embasamento para procedimento médico invasivo de tal monta a despeito até da autorização dos pais está no sofrimento emocional decorrente da incongruência entre o gênero que tais crianças sentem ter e seu sexo biológico.
De fato, pesquisas demonstram que crianças com transtorno de identidade de gênero possuem extrema vulnerabilidade em relação à saúde física, mental e social, tais como tendências a exclusão, depressão, automutilação, prostituição a partir da adolescência, e suicídio. [2]
REFLEXÕES
O assunto é delicado e controvertido e a questão ética, flagrante. Necessárias se fazem algumas reflexões:
- Não existem, até então, evidências científicas sólidas que recomendem tratamentos invasivos como bloqueios hormonais, cujos efeitos são desconhecidos ou prejudiciais, como a esterilidade.
- Ainda que o processo de transexualização traga alívio emocional momentâneo, recente relatório publicado pela AcPeds [3] atesta que “pessoas com transexualismo, após passarem pela redesignação sexual, apresentam riscos de mortalidade, comportamento suicida e morbidez psiquiátrica consideravelmente mais elevados que a população geral.”
- Estudos revelam que ninguém nasce predeterminado a identificar-se como transgênero. O desenvolvimento emocional e psicológico da criança pode sim, ser afetado por experiências positivas ou negativas desde a primeira infância. Deus abençoe nossas crianças com oportunidades de viver dinâmicas familiares & sociais livres de perturbações em seu desenvolvimento, entre elas, a transgeneridade.
- E fiquemos atentos a exposição de nossos filhos às influências das novas identidades de gênero pela mídia e redes sociais lutando também por currículos escolares isentos da perniciosa ideologia de gênero.
(Texto publicado pela revista Comunhão em 13/03/2018)
Débora Fonseca é graduada em direito e psicologia, membro da Igreja Presbiteriana em Jardim Camburi e coordenadora da Missão Luz na Noite.
muito obrigada pela contribuição